Reunidos

Nunca imaginei que ficaríamos tão próximos

Jamais cogitei uma amizade tão bonita crescer

lealdade, amor, amizade, continuidade 

Mesmo nas mudanças profundas ou bruscas

Mesmo nas diferenças ou poucas afinidades 

Tal qual inimigos históricos fazendo as pazes 

e compartilhando os mesmos territórios

Um projeto que atravessa corações

imprime paz em todas as gerações

O peso da guerra e o preço da paz

Dois jovens viajavam lado a lado. No meio da viagem, conversando, descobriram que pensavam de maneira diametralmente oposta sobre o mundo Chegando ao final da viagem, se despediram, mas decidiram manter o contato e ver qual dos dois chegaria melhor ao final da vida e, assim, aquele que estivesse melhor demonstraria através dos próprios fatos que estava com a razão. Um terceiro, que ouvia a conversa e achou a ideia muito boa, se dispôs a avaliar no final.

Um deles amava a paz e evitava todo conflito. Ao perceber dissonâncias num ambiente, cuidava ao máximo para não se envolver em nada. Quando tinha oportunidade, tentava atuar de maneira conciliatória, mas muitas vezes suas opiniões nem eram ouvidas.

O outro não suportava algumas coisas que considerava muito erradas. Ao contrário do primeiro, se posicionava e se envolvia fortemente em muitas questões. Apesar de seus esforços para efetivamente apresentar soluções, muitas vezes suas opiniões, igualmente,  não eram ouvidas.

O primeiro desistiu de falar e silenciou. O segundo desistiu de falar e lutou.

No final da vida, os três se reuniram. O primeiro disse: 

– Me sinto triste e sozinho, passei a me sentir indiferente e não criei nada de importante, mas estou leve e tranquilo. 

O segundo disse: 

– Passei por cima de algumas pessoas no caminho, foi pesado e estou todo esfolado, mas consegui várias coisas pelas quais lutei, tenho vários amigos, isso tudo me dá satisfação. 

O terceiro disse: 

– Bem, então o vencedor fui eu. 

– Como assim? Disseram os outros dois.

– É que com o tempo eu consegui ouvir e entender a todos. E entendi que, de alguma maneira, cada um tinha um pouco de razão, mas na maioria das vezes, eu não conseguia fazer com que cada um entendesse o outro.

Os dois primeiros perguntaram: 

– Mas você silenciou ou lutou? E se lutou, de que lado? 

– Eu silenciei às vezes, outras vezes falei. Quando ficou pesado demais, humildemente larguei. Quando o motivo me parecia justo, corajosamente lutei. Acabei até mudando de lado, sem nunca ter certeza do que era melhor. No fundo, o que eu fiz não fez muita diferença. 

– Se não fez diferença, você também não deveria ser o vencedor.

Por fim, os três concluíram que a guerra tem peso e a paz tem um preço. E que a primeira ação deve ser a boa disposição para a comunicação.

Amor e paz

Não levanto nenhuma bandeira, que não seja de amor, paz e vida.

Aproveito muito bem minha ampulheta.

Lembro todos os dias que eu não sou matéria.

Esqueço todos os dias do meu ego.

Deixo a liberdade livre para brincar nas frestas da responsabilidade.

Ajudo os pequenos a viver e, se puder, os grandes também.

Destravo a comunicação, liberto as palavras presas em cada coração e entrego uma voz a cada um que não conseguiu falar.

Minhas palavras não são minhas, então as deixo voar.

A gratidão é minha moeda mais valiosa.

Ouço as cores do arco-íris, elas falam sobre respeito e amor incondicional.

Vejo a realidade, balança da vida, se sobrepor a qualquer ideologia.

E por fim, darei a obra por concluída e vou escrever o título e a última palavra: amor.