A alegria
do outro
me dói
Eu queria
um pouco
mas sói
ser fantasia
Então, feito louco
ou como um herói
Meu coração fia
Ele não é mouco
ouve o amor e constrói
Como um vulcão no peito
a pressão me oprime
tanta dor e tragédia revive
na minha carne impressa
pela dor, temor e pressa
para sair de tudo e deixar
o que é pesado demais
para suportar
Um passado grudento apegado
Fica pra trás, tu já tá passado!
Fico até meio irritado
E quando, exausto e brabo
resolvo com força esquecer
Daí que o d3/0%!º&* gruda pra valer
Desisto
de me livrar de você
Mas não vou morrer
sem te olhar
sem te dominar
fera dos meus pesadelos
força que suga minha seiva
e ao tocar com a ponta dos dedos
no ódio e no medo
me embarga
uma dor e uma lágrima
Nessa água emocionada
vejo teu grande desejo de ser
melhor do que foi
e deixar descansar o que dói
A morte lenta da tua dor
que meu olhar contempla
com fervor
é inexorável
e desejável.
Deixo tua dor dormir
E levo tua vida ao porvir
Ao pouco que resta
dou as mãos pela fresta
Até deixar tudo sumir
Tudo silencia
Só a minha resistência
ainda me prende aqui
Agora se evidencia
na minha própria experiência
que tudo precisa partir
Não adianta resistir
E agora o que fazer?
Respiro fundo
e olho no mundo
o simples sol nascer.