Havia um homem cavalgando
num cavalo veloz e forte
com longas crinas esvoaçando
O homem olhava à frente
o cavalo seguia contente
o vento refrescava o rosto
O cavalo saltou um obstáculo
aterrissou com algum esforço
e retomaram velocidade
O cavalo era alado e começou a voar
o cavaleiro encantado passou a gargalhar
de felicidade e espanto de onde podiam chegar
subiram no ar até pairar
no vácuo espacial
e o cavaleiro que não tinha asas
também pairava no ar!
olhou nos olhos do cavalo
e aproximaram as frontes
até encostar
Então abriu-se um portal
e o cavaleiro foi pro lado de lá
Viu o passado inteiro
e quis voltar
com medo de ficar
de só repetir e tudo nunca passar
Mas teve que olhar, pisar e tocar
Chegou a chorar
Já não podia evitar
a dor
Mesmo triste
abraçou a muitos
Nem sabia que estava se despedindo
Porque aos poucos tudo foi sumindo
Não podia entender
e menos ainda explicar
Então no clarão de um amanhecer
Viu seu cavalo o esperando
Disposto e vigoroso
Se preparando para decolar
O cavaleiro sem nem pensar
saltou no lombo
e atravessaram o portal
No vácuo de novo
o cavaleiro estava tonto
atordoado até se situar
Subiram mais e mais alto
até se distanciar
de tudo o que se pode ver
e pararam num não lugar
Parecia que passaram séculos
E os dois a brilhar
de suave contentamento
Depois, resolveram voltar
descendo rápido
até cavalgar pesado
velozes e fortes
O cavaleiro de sorte
parava pra conversar
com quem ocorresse encontrar
sem nunca pretender ficar
Só sabiam que um cavalo e um cavaleiro
precisam cavalgar